quinta-feira, 18 de junho de 2015

Resenha- A menina com a lagartixa.


Bernard Schlink professor de direito e filosofia na universidade Humboldt de Berlim desde 1996, já escreveu vários livros, como O outro, A volta para casa, O leitor, e o qual irei falar hoje, A menina com a borboleta. O livro gira em torno de um quadro, que o pai é encantado sendo assim o filho acaba herdando essa paixão. Certa vez, uma professora deu aos alunas a tarefa de descrever um quadro, o garoto não pensou em outra se não naquele que ficava no escritório do pai, onde ele era antigamente obrigado a tirar uma soneca no sofá depois do almoço. Assim como o pai ficava horas olhando para o quadro também o garoto o fazia. Entrou no escritório, seu pai não estava lá, havia saído, então se sentou e começou a escrever. Várias tentativas até ficar satisfeito, logo o pai chegou e pediu para que menino lesse.
"No quadro uma menina contempla uma lagartixa que toma sol. A menina é linda. Ela tem um rosto fino com uma testa lisa, e uma leve fissura no lábio superior. Tem olhos castanhos e cachos castanhos. Na verdade o quadro é apenas a cabeça da menina. Todo o resto não é tão importante. Se bem considerarmos também a lagartixa, o rochedo ou a duna, a praia e o mar.
O pai gostou, no entanto disse para o garoto não levar a descrição daquele quadro, pois havia o descrito como um tesouro e as pessoas iriam querer rouba-lo. Obedeceu o pai e não levou a descrição do quadro para a escola, mas para sua vida com certeza. Juntos prevaleceram as dúvidas e mistérios que a menina com a lagartixa carregava.
Terminou de estudar e deixou de morar com os pais, viajou para um lugar onde arrumou um trabalho e uma moradia. Por lá ficou, e só veio quando seu pai faleceu. A mãe perguntou se ele queria alguma coisa de seu pai, e ele quis o quadro. Dês de então o jovem começa a pesquisar sobre de onde veio o quadro e a se obcecar por ele, fez muitas perguntas para a mulher com feições duras, cabelos brancos, que não era nada suave com ele e nem com o pai, aquela que parecia estar sempre triste e com rancor de alguma coisa; a mãe dele. Devido a sua ficção em esconder o obra que logo descobriu ser de René Dalmann não conseguiu manter um namoro, já que não queria que elas descobrissem o que ele escondia e tinha medo que isso acontecesse.
Essa história se passa um pouco depois da Segunda Guerra Mundial. O pai do menino havia ajudado os judeus, e disse que deles havia ganhado o quadro para que pudesse cuidar, será mesmo verdade? Tantas coisas ocultas, o garoto nem conseguiu permanecer com amores devido a sua ficção em esconder o quadro para que tal fosse um segredo só dele, o jovem resolve tomar uma decisão. O final do livro foi realmente surpreendente, não vou contar; mas confesso que me chocou, eu realmente não imaginava que fosse aquilo. Porém a decisão que o personagem tomou é uma lição para todos nós, pois significava liberdade, o fim da prisão do passado.          
Existem muitas coisas para serem descobertas através de cada página desse livro, a escrita não é complicada, e sim super fácil de ler, fiquei muito empolgada e li em dois dias, contêm apenas 93 páginas. Os personagens não tem nome. Me identifiquei bastante com o garoto, o filho. Pois todo o tempo ele faz perguntas para si mesmo, quer desvendar os mistérios, e é observador. Super recomendo esse livro.
Beijoss <3

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